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Arquitetos: Guillermo Hevia García, Nicolás Urzúa Soler
- Área: 600 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Nico Saieh
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Fabricantes: Hunter Douglas
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto consiste um pavilhão de lazer, localizado no Parque Araucano, na cidade de Santiago, capital do Chile. Tem como objetivo produzir uma interação com os usuários do parque com suas curvas côncavas e convexas espelhadas que gera um universo de multiplicações e deformações da imagem das pessoas e do ambiente em sua volta. A obra foi anunciada vencedora do concurso privado YAP_CONSTRUCTO 2015, uma das cinco versões do YAP (The Young Architects Program), uma parceria anual entre o Museu de Arte Moderna e o MoMA PS1 que "fomenta a pesquisa relacionada a projetos inovadores e promove o talento emergente".
O projeto é construído de três planos bidimensionais de alumínio espelhados, medindo 3,2 m e 25 mm de espessura, contendo uma paisagem de suaves colinas, vegetação arbustiva, flores silvestres e água em movimento, elementos traduzidos de um lugar imaginário. O pavilhão também é o suporte para o desenvolvimento de uma série de atividades incluindo concertos de música ou apresentações culturais, todos abertos ao público e gratuitos.
Aqui foi construída uma experiência incerta, uma situação de estranhamento, que não tem pretensão de ser controlada, uma vez que as possibilidades de reflexão e deformação provocadas pelos planos curvos espelhados são infinitos. As situações de reflexão e deformação foram multiplicadas para produzir uma interação que pertence ao mundo de ilusões, mais surreais do que reais. Fazia parte dos objetivos da obra que o visitante criasse uma expectativa do que vai surpreendê-los na situação seguinte.
A materialização desta experiência é alcançada através de duas operações:
A primeira delas é a definição de um suporte ou topografia, uma paisagem com elevações suaves, cobertas de grama e vegetação arbustiva, colorida por uma série de flores silvestres, além de um pequeno córrego.
A segunda operação consiste na inserção de três planos bi-dimensionais em alumínio espelhados, que constroem uma série de espaços internos e externos, eliminando os limites, e ao mesmo tempo desaparecendo, deixando que o entorno refletido se torne o projeto real.
Eles estão fixos no solo e foram configurados de modo a utilizar a série de concavidades e convexidades para permitir que se suportem sozinhos em pé.
Queríamos mudar o centro da proposta do objeto para a experiência do sujeito, sua interação com aquelas dos outros, e como seu entorno ou contexto será refletido e deformado com eles, na frente deles. No fim, não queríamos um edifício com uma proposta fechada, mas ao invés disto, articular um universo de sensações e experiências abertas a muitas interpretações.
Poderíamos destacar que uma maneira de mensurar uma boa cidade é a quantidade de atividades e espaços de qualidade com acesso livre que oferece a seus habitantes. Neste sentido, as atividades e projetos destinados ao lazer são uma boa escala de medir estes aspectos. Este pavilhão está inserido nesta lógica - no meio de um espaço urbano - oferecendo uma experiência não convencional com seus visitantes, que interage com o projeto em diferentes maneiras.
O pavilhão é um modelo que pode ser replicado e inserido em um circuito heterogêneo para os espaços públicos voltados para o lazer, sejam eles urbanos ou rurais.